Diagnóstico e Manejo da Infeção Urinária em Crianças – uma Reafirmação da Academia Americana de Pediatria em 2016
Veja quais foram os sete tópicos sobre manejo da infecção urinária em crianças atualizados este ano pela AAP.
Mais um tema que fervilha nos pronto socorros e consultórios pediátricos e que está em evidência neste mês: o manejo da infecção urinária em crianças. Com certeza é também um tema em que encontramos constantes mudanças de orientações e que sempre está gerando dúvidas em nosso dia a dia.
Este documento é uma atualização do primeiro artigo de revisão, produzido em 2011 pelo Subcomitê de Infecção Urinária da AAP, que se propõe a manter essa periodicidade de atualizar suas recomendações sobre o tema a cada 5 anos. Ou seja, o presente artigo trata apenas de 7 tópicos dentro do tema de infecção urinária em crianças febris com idades entre 2 e 24 meses, os quais eles julgaram necessário reforçar ou atualizar.
OS 7 TÓPICOS SOBRE INFECÇÃO URINÁRIA ATUALIZADOS EM 2016
- A criança febril sem foco aparente que irá receber terapia antimicrobiana por conta de seu estado clínico deverá ser submetida a coleta de amostra de urina por técnica estéril antes do início do tratamento.
- Caso a criança febril sem foco não apresente sinais clínicos que indiquem a prescrição de terapia antimicrobiana, deve-se sempre pensar em foco urinário. Caso a criança seja de baixo risco para ITU (ver tabela abaixo), pode-se optar por seguimento clínico, com segurança. Caso a criança não pertença ao grupo de baixo risco, deve-se obter uma amostra de urina para análise. Tal amostra pode ser obtida diretamente por sondagem vesical de alívio (SVA) ou punção suprapúbica (PSB). Caso o clínico opte por coleta através de saco coletor e a urinálise esteja alterada, deve-se obter amostra por SVA ou PSB antes do início da terapia antimicrobiana.
- Para fechar o diagnóstico de ITU, a criança deve apresentar tanto alteração da urinálise com piúria e/ou bacteriúria, quanto cultura positiva com mais de 50.000 UFC (unidades formadoras de colônias) de um uropatógeno.
- A terapia antimicrobiana deve ser iniciada por via oral ou parenteral, de acordo com o teste de sensibilidade (se disponível) e as condições clínicas do paciente. O tempo de tratamento deve variar entre 7 e 14 dias. Ressaltam que está em curso um trabalho randomizado e controlado com o objetivo de demonstrar a eficácia de um tratamento de duração menor (5 dias).
- Toda criança com infecção urinária febril deverá ser submetida a uma ultrassonografia de rins e vias urinárias.
- A uretrocistografia miccional não deverá ser indicada em todos os casos. Este exame deverá ficar restrito às crianças que apresentam hidronefrose, cicatrizes renais ou evidência de uropatia obstrutiva ou refluxo vésico-ureteral de alto grau, assim como em crianças com ITU de repetição.
- Após um episódio confirmado de ITU, a família deve ser orientada a procurar atendimento médico nos episódios futuros de febre sem foco, de preferência nas primeiras 48 horas de evolução, para diagnosticar e tratar precocemente novos episódios de ITU.
Baixe o artigo na íntegra: Reaffirmation of AAP Clinical Practice Guideline: The Diagnosis and Management of the Initial Urinary Tract Infection in Febrile Infants and Young Children 2–24 Months of Age. (Pediatrics Dec 2016; Vol 138).
Veja também o artigo original publicado no Pediatrics em 2011: Urinary Tract Infection: Clinical Practice Guideline for the Diagnosis and Management of the Initial UTI in Febrile Infants and Children 2 to 24 Months.