Reserva de Segurança: Tranquilidade em Tempos Difíceis
Descubra as opções mais seguras para construir sua Reserva de Segurança financeira, um fundo que lhe garantirá tranquilidade e abrirá portas para oportunidades.
dos primeiros passos ao primeiro milhão
Francinaldo Lobato Gomes *
RESERVA DE SEGURANÇA:
TRANQUILIDADE EM TEMPOS DIFÍCEIS
INTRODUÇÃO
Muitos de vocês já devem estar ansiosos para começar a investir e multiplicar o patrimônio. Calma! Em breve, nossos leitores estarão vivenciando os benefícios dos investimentos. Porém, para alcançar o sucesso nessa empreitada, é preciso seguir os passos certos!
Mesmo que esteja sobrando dinheiro todos os meses (como resultado do planejamento financeiro), ainda não é o momento de começar a investir. É necessário construir uma reserva de segurança, também chamada de “colchão financeiro”. A reserva de segurança é essencial para o sucesso porque, além de evitar o estresse, ela protegerá os investimentos.
O planejamento financeiro, a reserva de segurança e a blindagem patrimonial (que veremos no próximo texto) formarão uma base sólida e robusta sobre a qual será construído o patrimônio gerador de renda. Com esta base, mesmo nos momentos desfavoráveis, o patrimônio continuará crescendo e vocês permanecerão serenos e tranquilos.
QUEM VAI CUIDAR DE VOCÊ?
Antes de começarmos a construir a reserva de segurança e a blindar o patrimônio, gostaria que cada um respondesse à seguinte pergunta:
Quem vai cuidar de você?
Isto mesmo: quem vai cuidar de você quando você não puder mais trabalhar?
Faço esta pergunta com base no seguinte fato: um dia, todos nós teremos que parar de trabalhar, seja por vontade própria, seja por motivos de saúde, familiares etc. Então, teremos que tirar dinheiro de algum lugar para manter um padrão de vida adequado.
Vejamos quais são as alternativas disponíveis para ajudá-los a viver confortavelmente durante a aposentadoria…
www.saudemaisacao.com.br
OPÇÃO 1: O GOVERNO
Muitos de vocês acreditam que o Governo lhes dará amparo quando não mais puderem trabalhar, por meio da aposentadoria pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Se vocês estão pensando na aposentadoria pelo INSS, seguem alguns dados econômicos que farão vocês repensarem esta ideia:
- O número de contribuintes em relação ao número de beneficiários da previdência social vem caindo vertiginosamente no Brasil, grande parte em decorrência da menor taxa de natalidade, como também pelo aumento da expectativa de vida da população.
- Na década de 70 havia cerca de 5 contribuintes para cada beneficiário do INSS.
- Na década de 90, cerca de 2 contribuintes para cada beneficiário.
- Em 2012, cerca de 1 contribuinte para cada dois beneficiários!
- Se esta tendência continuar, estima-se que em 2020 haverá 1 contribuinte para 4 beneficiários!
- Isto é preocupante, porque significa que um grande número de aposentados pode não receber os benefícios.
Ainda, devido a este desequilíbrio entre contribuintes e beneficiários do INSS, aliado à falta de zelo do poder público com relação ao uso dos recursos do sistema previdenciário e dos fundos de pensão, o déficit orçamentário vem aumentando assustadoramente, com projeções para déficits da ordem de trilhões para 2050!
Mais ainda, os recursos aplicados no INSS vêm tendo reajustes abaixo da inflação, o que implica em perda do poder de compra por parte dos contribuintes. Por exemplo, se os recursos fossem aplicados em um simples CDB (Certificado de Depósito Bancário) pós-fixado – que praticamente não requer nenhum esforço – ao invés de serem aplicados no INSS, o rendimento estaria bem acima da inflação!
E, como se não bastasse, quem acaba pagando a conta são os contribuintes, pois todos os rombos e prejuízos são repassados a eles.
Estes dados servem para demonstrar um fato: não dá para contar com o governo para cuidar do seu futuro quando você parar de trabalhar!
OPÇÃO 2. OS BANCOS
Tal como ocorre com a crença na ‘bondade’ do governo com relação ao INSS, também muitos acreditam que os bancos poderão fornecer segurança financeira para o seu futuro. Por conta disso, é comum vocês deixarem que o gerente do banco decida quais produtos de investimentos devem ser adquiridos, tais como previdência privada, CDBs, fundos de investimentos, seguros de vida, títulos de capitalização, tesouro direto e mesmo a caderneta de poupança.
Muitos destes investimentos têm rendimento baixo – alguns até rendem menos que a inflação –, e vocês podem pagar altas taxas de administração sobre o valor investido (além dos impostos sobre o ganho). O resultado: para vocês, pouco ou quase nenhum ganho; para os bancos, ganhos exorbitantes. Não é à toa que os bancos brasileiros estão entre os mais lucrativos do planeta (alguns links que comprovam isso: “Mesmo diante de crise, lucro dos bancos não para de crescer“, “Lucro do Santander Brasil cresce 108% em 2016 e atinge 73 bilhões” e “Itaú Unibanco tem lucro líquido de 61 bilhões no 1º trimestre“.
Portanto, a menos que vocês sejam sócios de um banco, não dá para contar com eles na hora de se aposentar!
Com relação a ser sócio de um banco, aliás, no texto sobre investimento em ações, vocês aprenderão como adquirir ações de grandes brancos, tornarem-se sócios e, aí sim, lucrar com eles!
OPÇÃO 3. OS FILHOS
Vocês já aprenderam que não dá para contar com o governo, nem com os bancos (a não ser que você seja sócio de um) para cuidar da sua aposentadoria. Ainda resta uma terceira opção: os filhos.
Muita gente aposta que os filhos serão ‘cuidadores’ dos pais quando eles não puderem ou tiverem energias para trabalhar. Embora isto possa ocorrer, não é nada saudável – nem para vocês, nem para seus filhos – que eles carreguem o ônus de cuidarem e proverem financeiramente os parentes. Isto porque seus filhos já estão nascendo mais pobres por conta do aumento da dívida do governo. Ora, dado que o governo vem aumentando continuamente sua dívida por meio da inflação monetária e da emissão de títulos públicos, o principal e os juros desta dívida terão que ser pagos em alguma data futura. E o pagamento será feito, justamente, pelas futuras gerações, por meio do pagamento de tributos.
Outro dado que contribui para a limitação dos filhos em proverem ajuda aos pais é que, com o aumento da competitividade no mercado de trabalho, os jovens estão tendo cada vez mais dificuldade em conquistar o sucesso profissional e tornarem-se financeiramente independentes dos pais. Uma pesquisa americana mostrou que os pais idosos ajudam mais aos filhos financeiramente do que são ajudados por eles. Não é raro vermos pais e avós aposentados que adquirem empréstimos para ajudar os filhos em situação financeira desfavorável!
Portanto, seus filhos já têm problemas suficientes para se preocuparem. Se, ainda, carregarem o ônus de proverem financeiramente aos pais, o futuro deles poderá ser comprometido!
Desta forma, não é aconselhável contar com os filhos para cuidar de sua segurança financeira na velhice.
Mas então, o que resta?
Existe uma quarta alternativa?
Sim, ela existe e é a seguinte:
Cabe a cada um de vocês, enquanto ainda jovens, saudáveis e ativos, construir um patrimônio gerador de renda crescente capaz de fornecer recursos para suprir suas necessidades! E vocês devem começar desde já para que o tempo esteja a favor e não contra vocês.
Vocês precisam começar a construir a aposentadoria de vocês já!
Existe uma frase presente na música “Eu Nasci Há 10 mil Anos Atrás”, do cantor e compositor Raul Seixas, que diz o seguinte: “Quando todos praguejavam contra o frio, eu fiz a cama na varanda!”.
Portanto, caros investidores, convido vocês a fazerem a cama e a colocarem na varanda porque o frio, o frio vai chegar para todos.
Depois deste choque, voltemos à reserva de segurança.
A RESERVA DE SEGURANÇA: GARANTIA DE UM FUTURO MAIS PRÓSPERO
A reserva de segurança é o segundo passo a ser dado rumo à construção e multiplicação da riqueza.
Sabemos que a vida guarda surpresas, e que nem sempre elas são agradáveis. Por isso, é preciso estar preparados para elas. Muitos de vocês podem passar (e muitas vezes passam) por situações em que a renda mensal fica reduzida ou mesmo cessa completamente por alguns meses. Podem ocorrer atrasos de pagamentos (muito comuns atualmente), demissão, falência de um negócio próprio, doenças, mudanças de cidades e de emprego… Caso alguma destas situações ocorra e vocês não disponham de uma reserva de segurança, terão que recorrer a empréstimos ou ao cartão de crédito e, com isso, incorrerão em dívidas e pagarão juros. Não dá para viver assim.
Para que isto não ocorra, conforme disse, é preciso dispor de uma reserva de segurança. A reserva de segurança é uma provisão financeira alocada em investimento conservador, de baixo risco e de alta liquidez, que permite resolver problemas financeiros sem depender do salário ou outra fonte de renda ativa, nem recorrer a empréstimos ou soluções que causem endividamento. É muito útil principalmente em épocas de crise ou acontecimentos inesperados, que tenham repercussões negativas no patrimônio.
Os recursos usados para compor a reserva de segurança virão do planejamento financeiro. O tamanho varia de acordo com as circunstâncias de vida de cada pessoa, mas um montante capaz de pagar as contas por, pelo menos, 12 meses é um bom valor.
Por exemplo, suponham que a despesa mensal média de sua família seja de R$ 10 mil.
Neste caso, a reserva de segurança deve conter, pelo menos R$ 120mil. Isto significa que vocês terão recursos suficientes para pagar as contas por um período de um ano, sem que precisem se endividar ou pagar juros. Esta reserva lhes dará tempo para se organizarem até que a situação esteja normalizada.
Como o próprio nome já diz, os recursos da reserva de segurança devem ser aplicados em produtos de investimento que garantam liquidez e segurança, já que o dinheiro poderá ser usado a qualquer momento. Neste caso, não se deve ter tanta preocupação com a rentabilidade, bastando que não se perca da inflação.
EM QUE APLICAR SEU DINHEIRO DE RESERVA?
Atualmente, existem três produtos no mercado que podem ser usados para aplicar o dinheiro da reserva de segurança. Deve-se buscar produtos que tenham rendimento diário e que possibilitem resgate automático, sem perda do rendimento do período (ver Figura).
Um produto que se adequa a estas necessidades são os CDBs (Certificados de Depósito Bancários) pós-fixados, com liquidez diária, resgate automático e que paguem um bom percentual do CDI, preferencialmente 100% ou mais do CDI. Estes produtos são oferecidos por bancos e podem estar vinculados à conta corrente de tal forma que, sempre que houver saldo na conta, o valor é automaticamente transferido para a aplicação.
Além disso, para resgates inferiores a 30 dias da aplicação, há incidência de IOF (Imposto Sobre Operação Financeira) sobre o ganho do período. Além do IOF, há incidência do IR (Imposto de Renda) conforme o tempo em que o dinheiro fica investido.
Outro produto que pode ser usado para remunerar a reserva de segurança são os Fundos Referenciados DI com baixa taxa de administração (de até 1% ao ano). Geralmente, eles já contam com liquidez diária e possibilidade de resgate em D+0 ou mesmo D+1, e, por conterem Tesouro SELIC em sua composição, apresentam alto grau de conservadorismo, o que significa baixo risco. O retorno anual dos fundos DI gira em torno de 10%, porém eles costumam exigir aporte inicial mais alto.
A MELHOR OPÇÃO – O TESOURO SELIC
Atualmente, o Tesouro SELIC, que pode ser adquirido através do Tesouro Direto, tem sido o melhor investimento disponível no mercado financeiro para compor o colchão de segurança. E isso por cinco motivos.
- Primeiro: liquidez diária;
- Segundo: não tem limite de aplicação mínima, tais como alguns CDBs e fundos DI;
- Terceiro: tem garantia do Tesouro Nacional (considerada até mais robusta que a garantia do FGC);
- Quarto: rende mais que os produtos anteriores, girando entre 10-11% ao ano;
- Quinto: gera proteção eficaz contra a inflação no presente.
O Tesouro SELIC pode ser adquirido diretamente do site do Tesouro Nacional, bastando-se selecionar este produto dentre os títulos disponíveis.
BENEFÍCIOS DA RESERVA DE SEGURANÇA
Além da segurança propriamente dita, a reserva de segurança apresenta outros benefícios que a tornam necessária para o sucesso de qualquer investidor. Vamos a eles:
- Ela evita que vocês paguem juros: em caso de alguma despesa urgente, ao invés de recorrer a empréstimos consignados, ao cheque especial ou mesmo ao cartão de crédito, com o risco de não conseguirem pagar total ou parcialmente a fatura, vocês poderão utilizar os recursos da reserva de segurança até que a situação esteja resolvida. Com isso, deixarão de pagar altas taxas de juros aos bancos e às operadoras de cartões de crédito.
- Ela confere proteção aos investimentos: todo investimento passa por períodos de alta e de baixa. Se vocês tiverem uma reserva de segurança, em caso de alguma despesa urgente, ao invés de usar o dinheiro investido e amargarem prejuízos num eventual período de baixa, poderão utilizar os recursos da reserva de segurança até que a situação esteja resolvida. Com isso, manterão o investimento intacto e não perderão os rendimentos.
- Ela confere liberdade e tranquilidade para aproveitar novas oportunidades: é muito comum surgirem novas oportunidades de trabalho ou mesmo de investimentos irrecusáveis todos os dias. Por exemplo, a possibilidade de obter melhor remuneração numa outra instituição, em outra cidade ou em outro Estado. Talvez a oportunidade de comprar um imóvel, talvez ações a preços baixos por conta de uma crise. Estas oportunidades podem representar o sucesso profissional, mas elas também trazem incerteza e riscos. Caso vocês não disponham de uma reserva de segurança, terão dificuldade em aceitar novas propostas e aproveitar novas oportunidades, porque tenderão a recear a troca do certo pelo duvidoso – e com razão. Por outro lado, se vocês tiverem uma reserva de segurança, poderão aproveitar as oportunidades com muito mais tranquilidade. Caso dê certo, terão grande chances de alcançar o sucesso profissional. Caso não dê certo, terão a reserva de segurança para pagar as contas até que a situação se equilibre novamente. E até que novas oportunidades cheguem até vocês.
CONTANDO MINHA EXPERIÊNCIA PESSOAL
Conheço vários colegas que deixaram de aproveitar oportunidades por não terem uma reserva de segurança para o caso de as coisas não saírem como o planejado. Eles simplesmente diziam “Não vou trocar o certo pelo duvidoso. Caso não dê certo, como vou pagar minhas contas?”. Pela mesma razão, muitos colegas aceitam trabalhar em condições desfavoráveis, receber valores baixos e mesmo arriscar as próprias vidas trabalhando em locais com pouca ou nenhuma segurança.
Também conheci alguns colegas que decidiram investir sem antes terem uma reserva de segurança e, quando passaram por uma situação financeira desfavorável, tiveram que usar os recursos investidos em um período de baixa dos investimentos. Portanto, amargaram prejuízos, alguns até relativamente altos.
Não cometam estes erros. Tenham sempre uma reserva de segurança para os momentos desagradáveis e levem uma vida financeira tranquila.
Ainda sobre a reserva de segurança, sempre que os recursos forem utilizados, total ou parcialmente, após a normalização da situação, vocês terão que repor os recursos para manter a reserva sempre completa.
Texto originalmente publicado em 31/05/2017. Atualizado em 17/09/2018 com banners para evento “Enriquecer Faz Bem à Saúde”.