Uso Correto de Beta-2-Agonista em Pediatria
Apesar da asma ser uma doença prevalente e muito estudada, ainda existe muita dúvida quanto a forma correta de utilização dos dispositivos inalatórios.
Um estudo mostrou que quase metade dos pais receberam orientações inadequadas quanto ao uso do espaçador [1].
O beta-2-agonista deve ser feito preferencialmente pela via inalatória, por meio de aerossol dosimetrado (spray) ou por nebulizador a fluxo contínuo.
A utilização do espaçador aumenta a disponibilidade da medicação a nível pulmonar. O uso de aerossol deve ser feito através do espaçador com máscara até os 5 anos de idade e sem máscara após os 5 anos. Se não for utilizado espaçador, o espaço de 5 cm entre o bocal de plástico e a boca deve ser respeitado. Crianças dificilmente conseguem sincronizar a inspiração com o jato do aerosol, por isso a importância de sempre ser utilizado o espaçador. O uso direto na boca aumenta a absorção da medicação pela mucosa oral e, consequentemente, os efeitos colaterais sistêmicos. Assim, há menor deposição pulmonar, acarretando menor eficácia [2].
Os espaçadores de plástico tem carga eletrostática dentro da câmara, que atraem as partículas e reduzem significativamente a deposição da droga nos pulmões. Uma opção é usar um espaçador de metal não eletrostático, pouco comum no nosso meio. Outra solução é lavar o espaçador com solução de água com detergente (3-4 gotas de detergente neutro em 1 litro de água) antes da utilização (não enxaguar) [3].
A nebulização da medicação pode ser contínua ou intermitente. A utilização de nebulização contínua em 1 hora do beta-2-agonista exige utilização de dispositivos específicos que liberem a medicação de forma gradativa. A maioria dos serviços de emergência no Brasil não dispõe destes dispositivos. Assim, nestes locais, a nebulização para ofertar o beta-2-agonista deve ser feita de forma intermitente.
Uso da nebulização contínua
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